Assisti a esse filme pela primeira vez há muitos anos. Ele foi lançado, ao lado de vários outros do diretor Alfred Hitchcock em uma coleção do selo CIC vídeo. É um dos mais conhecidos filmes do mestre do suspense, mas é justamente no suspense que esse filme tem suas maiores falhas. Os filmes de Hitchcock geralmente seguiam por uma linha mais forte, mais sombria até. Esse filme é bem mais leve. Inclusive a presença de Doris Day no elenco, com sua imagem doce e até inocente, destoa do tipo básico de produções que Hitchcock dirigia na época. Ela chega a cantar em cena um de seus sucessos, uma música romântica bem de acordo com a inocência daqueles anos. Nada mais fora da rota de um filme de Hitchcock que poderia se imaginar.
A história é até interessante, quando um casal de turistas no Marrocos (Norte da África) se envolve em uma trama de intriga internacional que nem eles sabem direito como surgiu ou quem estaria por trás de tudo. James Stewart segura bem as pontas. Ele foi um ator recorrente em clássicos do diretor, em especial "Um Corpo que Cai" e "Janela Indiscreta", mas aqui, em um roteiro mais convencional e dentro dos padrões moralistas da época, não se destaca tanto. No final das contas as lembranças que ficam desse filme é exatamente da cantoria de Doris Day. O que para um filme que deveria ser de suspense, não é lá grande coisa. Tudo muito pueril para um filme que deveria causar medo e apreensão no espectador.
O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, Estados Unidos, 1954) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: John Michael Hayes / Elenco: James Stewart, Doris Day, Brenda de Banzie / Sinopse: Casal de turistas dos Estados Unidos é atacado em suas férias no Marrocos. E sem nem entender direito as razões, se envolve em uma intriga internacional envolvendo países inimigos, em plena guerra fria.
Pablo Aluísio.
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segunda-feira, 29 de setembro de 2025
sexta-feira, 2 de maio de 2025
O Terceiro Tiro
“O Terceiro Tiro” é um filme bem diferente da carreira do diretor Alfred Hitchcock. A impressão que o espectador tem ao assistir a essa produção é a de que o cineasta estava acima de tudo se divertindo muito, o que não é de se admirar uma vez que o enredo – em tom de humor negro – brincava o tempo todo com uma situação bem inusitada e bizarra. O título original do filme, “The Trouble with Harry” (O Problema com Harry), era bem mais explicativo do que o equivocado nome nacional que o distribuidor brasileiro arranjou. Provavelmente acreditaram que ninguém iria assistir ao filme, caso seu título fosse uma tradução literal. Bobagem, o nome de Alfred Hitchcock já garantia o interesse dos cinéfilos em qualquer parte do mundo. No Brasil não seria diferente.
Pois bem, e qual seria esse problema com Harry? E afinal, quem diabos era Harry?! Ora, Harry era um cadáver abandonado em um bosque. Isso mesmo que você leu. O roteiro se baseava justamente nisso. Um corpo era encontrado sucessivamente por várias pessoas em ocasiões diferentes e todas elas procuravam esconder o fato dos demais. Isso porque nenhum deles tinha exatamente certeza sobre as circunstâncias da morte de Harry e algumas até pensavam ter alguma culpa no cartório sobre isso. Achou tudo muito bizarro? Estranho? Claro que sim. O roteiro brinca de forma até mórbida com a inusitada situação. Quem teria matado Harry? O que levou ele a esse trágico fim? E quem seria o verdadeiro assassino?
Harry acaba sendo encontrado por um garotinho, por sua mãe, pela ex-esposa, por uma jovem e até por um capitão. Todos eles lidando com a situação de uma forma até inesperada, alguns com até uma certa indiferença ao fato do morto estar ali estendido no chão entre as folhas do bosque. O roteiro dessa maneira arma toda uma situação de puro humor negro para divertir o espectador. O velho Hitchcock costumava dizer que “O Terceiro Tiro” era um de seus filmes preferidos. Ele atribuía isso ao fato do argumento ser muito diferente de suas outras produções, com acentuado clima de morbidez cômica, por mais estranho que isso pudesse parecer. Some-se a isso a bela fotografia de Vermont, um dos lugares mais bonitos e pacatos dos EUA e você terá o clima perfeito.
Além de Alfred Hitchcock na direção, outro fato que chama a atenção no filme é a presença da jovem atriz Shirley MacLaine no elenco. Poucos lembram disso, mas esse foi seu primeiro filme! Jovem e bonita, ela interpretava Jennifer Rogers, uma das pessoas que também se deparavam com Harry na floresta! Naquela época ela já demonstrava todo o seu carisma que iria ajudá-la a construir uma das mais marcantes carreiras da história do cinema americano. Enfim, “O Terceiro Tiro” é indicado para os que desejam conhecer um outro lado do mestre do suspense. Seu humor definitivamente não era convencional e nem normal, mas certamente poderia ser considerado bem divertido. Que tal rir um pouco com Alfred Hitchcock?
O Terceiro Tiro (The Trouble with Harry, Estados Unidos, 1955) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: John Michael Hayes, baseado no livro de Jack Trevor Story / Elenco: Shirley MacLaine, Edmund Gwenn, John Forsythe, Mildred Natwick / Sinopse: O corpo de um sujeito chamado Harry é encontrado em um bosque por várias pessoas. Todas elas o conheciam, mas ninguém queria se comprometer com aquela bizarra descoberta. Todas acabam pensando ter algo a ver com sua morte. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Revelação Feminina (Shirley MacLaine). Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme e Melhor Atriz (Shirley MacLaine).
Pablo Aluísio
Pois bem, e qual seria esse problema com Harry? E afinal, quem diabos era Harry?! Ora, Harry era um cadáver abandonado em um bosque. Isso mesmo que você leu. O roteiro se baseava justamente nisso. Um corpo era encontrado sucessivamente por várias pessoas em ocasiões diferentes e todas elas procuravam esconder o fato dos demais. Isso porque nenhum deles tinha exatamente certeza sobre as circunstâncias da morte de Harry e algumas até pensavam ter alguma culpa no cartório sobre isso. Achou tudo muito bizarro? Estranho? Claro que sim. O roteiro brinca de forma até mórbida com a inusitada situação. Quem teria matado Harry? O que levou ele a esse trágico fim? E quem seria o verdadeiro assassino?
Harry acaba sendo encontrado por um garotinho, por sua mãe, pela ex-esposa, por uma jovem e até por um capitão. Todos eles lidando com a situação de uma forma até inesperada, alguns com até uma certa indiferença ao fato do morto estar ali estendido no chão entre as folhas do bosque. O roteiro dessa maneira arma toda uma situação de puro humor negro para divertir o espectador. O velho Hitchcock costumava dizer que “O Terceiro Tiro” era um de seus filmes preferidos. Ele atribuía isso ao fato do argumento ser muito diferente de suas outras produções, com acentuado clima de morbidez cômica, por mais estranho que isso pudesse parecer. Some-se a isso a bela fotografia de Vermont, um dos lugares mais bonitos e pacatos dos EUA e você terá o clima perfeito.
Além de Alfred Hitchcock na direção, outro fato que chama a atenção no filme é a presença da jovem atriz Shirley MacLaine no elenco. Poucos lembram disso, mas esse foi seu primeiro filme! Jovem e bonita, ela interpretava Jennifer Rogers, uma das pessoas que também se deparavam com Harry na floresta! Naquela época ela já demonstrava todo o seu carisma que iria ajudá-la a construir uma das mais marcantes carreiras da história do cinema americano. Enfim, “O Terceiro Tiro” é indicado para os que desejam conhecer um outro lado do mestre do suspense. Seu humor definitivamente não era convencional e nem normal, mas certamente poderia ser considerado bem divertido. Que tal rir um pouco com Alfred Hitchcock?
O Terceiro Tiro (The Trouble with Harry, Estados Unidos, 1955) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: John Michael Hayes, baseado no livro de Jack Trevor Story / Elenco: Shirley MacLaine, Edmund Gwenn, John Forsythe, Mildred Natwick / Sinopse: O corpo de um sujeito chamado Harry é encontrado em um bosque por várias pessoas. Todas elas o conheciam, mas ninguém queria se comprometer com aquela bizarra descoberta. Todas acabam pensando ter algo a ver com sua morte. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Revelação Feminina (Shirley MacLaine). Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme e Melhor Atriz (Shirley MacLaine).
Pablo Aluísio
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