domingo, 12 de outubro de 2025
Os Desaparecidos
sábado, 11 de outubro de 2025
Bette Davis
🎬 Bette Davis – Biografia Completa
1. História e Início de Carreira
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Nome completo: Ruth Elizabeth Davis
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Nascimento: 5 de abril de 1908, em Lowell, Massachusetts, EUA
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Falecimento: 6 de outubro de 1989, em Neuilly-sur-Seine, França
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Profissão: Atriz, produtora e ícone do cinema clássico
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Atuação: 1929–1989
Bette Davis começou no teatro antes de migrar para o cinema no final da década de 1920. Destacou-se por interpretar personagens femininas fortes, complexas e muitas vezes antipáticas — o que a diferenciava das estrelas glamorosas de Hollywood de sua época.
Foi uma das primeiras atrizes a lutar por liberdade artística em seu contrato com os estúdios, tornando-se símbolo da independência feminina no cinema.
2. Vida Pessoal
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Casou-se quatro vezes:
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Harmon Nelson (1932–1938) – seu primeiro marido, músico.
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Arthur Farnsworth (1940–1943) – morreu em um acidente doméstico.
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William Grant Sherry (1945–1950) – tiveram uma filha, B.D. Hyman.
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Gary Merrill (1950–1960) – adotaram dois filhos.
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Teve uma relação conturbada com a filha B.D. Hyman, que mais tarde publicou um livro criticando a mãe (My Mother’s Keeper, 1985).
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Era conhecida pelo temperamento forte, perfeccionismo e exigência com diretores e colegas.
3. Principais Filmes
| Ano | Título Original | Título no Brasil | Destaque |
|---|---|---|---|
| 1934 | Of Human Bondage | Cativeiro do Desejo | Primeira grande atuação dramática. |
| 1935 | Dangerous | Perigosa | Ganhou seu 1º Oscar de Melhor Atriz. |
| 1938 | Jezebel | Jezebel | 2º Oscar de Melhor Atriz. |
| 1940 | The Letter | A Carta | Um de seus papéis mais intensos. |
| 1941 | The Little Foxes | Pérfida | Clássico com interpretação magistral. |
| 1950 | All About Eve | A Malvada | Um dos maiores filmes de todos os tempos; indicada ao Oscar. |
| 1962 | What Ever Happened to Baby Jane? | O Que Terá Acontecido a Baby Jane? | Papel icônico; rivalidade com Joan Crawford. |
| 1978 | Death on the Nile | Morte no Nilo | Sucesso no cinema britânico. |
| 1987 | The Whales of August | As Baleias de Agosto | Último grande papel. |
🟡 Total: mais de 100 filmes ao longo de 60 anos de carreira.
🟡 Indicações ao Oscar: 10 vezes (ganhou 2).
🟡 Prêmio honorário da Academia: 1977, pelo conjunto da obra.
4. Cronologia – Linha do Tempo
| Ano | Evento |
|---|---|
| 1908 | Nasce em Lowell, Massachusetts. |
| 1926–1929 | Início da carreira teatral em Nova York. |
| 1930 | Assina contrato com a Warner Bros. e estreia no cinema. |
| 1934 | Fica famosa com Of Human Bondage. |
| 1935 | Vence o primeiro Oscar por Dangerous. |
| 1936 | Entra em conflito com a Warner e processa o estúdio — perde, mas conquista mais liberdade criativa. |
| 1938 | Ganha o segundo Oscar por Jezebel. |
| 1940s | Torna-se uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood. |
| 1950 | Reaparece em grande estilo com All About Eve. |
| 1962 | Protagoniza What Ever Happened to Baby Jane?, grande sucesso de crítica e bilheteria. |
| 1977 | Recebe o Oscar Honorário pelo conjunto da carreira. |
| 1983 | Sofre um AVC e passa por uma mastectomia devido a câncer de mama. |
| 1987 | Retorna ao cinema em The Whales of August. |
| 1989 | Falece em Neuilly-sur-Seine, França, aos 81 anos. |
5. Morte
Bette Davis morreu em 6 de outubro de 1989, em decorrência de câncer de mama e complicações após um AVC. Ela estava em Paris para participar de um festival de cinema e foi sepultada no Forest Lawn Memorial Park, em Los Angeles.
Sua lápide traz uma frase famosa que reflete sua personalidade forte:
“She did it the hard way.” (Ela fez do jeito mais difícil.)
6. Legado e Importância Histórica
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Atriz símbolo da força feminina no cinema: interpretou personagens complexas, determinadas e sem medo de desafiar padrões.
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Pioneira: primeira mulher a presidir a Academy of Motion Picture Arts and Sciences (a Academia do Oscar).
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Independente: lutou contra o sistema dos estúdios, abrindo espaço para que artistas tivessem mais controle sobre suas carreiras.
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Ícone cultural: sua imagem (especialmente o olhar intenso) inspirou canções, como Bette Davis Eyes (Kim Carnes, 1981), vencedora do Grammy.
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🎬 Influência duradoura: inspira atrizes até hoje, como Meryl Streep, Glenn Close e Jessica Chastain.
domingo, 5 de outubro de 2025
O Filho do Sheik
Título Original: The Son of the Sheik
Ano de Produção: 1926
País: Estados Unidos
Estúdio: Feature Productions
Direção: George Fitzmaurice
Roteiro: Edith Maude Hull, Frances Marion
Elenco: Rudolph Valentino, Vilma Bánky, George Fawcett
Sinopse:
O filho do poderoso sheik se apaixona por uma dançarina muito sensual e bela. Seu romance porém não será um mar de rosas pois contraria os interesses de várias pessoas, inclusive de parentes e pessoas influentes de dentro de sua própria família. Nada disso abalará seu coração pois Ahmed (Rodolfo Valentino) está decidido a lutar pelo grande amor de sua vida.
Comentários:
Rudolph Valentino, ou como é conhecido no Brasil, Rodolfo Valentino, foi um dos primeiros grandes ídolos do cinema americano. Seu estilo exótico, fruto de sua nacionalidade italiana, fazia com que as mulheres americanas das décadas de 1910 e 1920 suspirassem sempre que ele aparecia na tela. Era a época do cinema mudo, onde os atores e atrizes usavam forte maquiagem (para que suas expressões faciais fossem captadas pelas primitivas câmeras cinematográficas). Valentino virou um ícone porque teve uma vida trágica, morreu muito jovem, causando comoção mundial. Seu enterro foi um dos maiores da época e ninguém conseguia entender como aquele galã tão pintoso e bonito havia morrido daquele jeito. Sua morte prematura, ainda nesse ano, o elevaria à categoria de ídolo imortal da sétima arte. Esse filme aqui foi seu último, uma tentativa de repetir o sucesso de seu grande êxito de bilheteria, "O Sheik" de 1921. Para o público de hoje tudo obviamente vai soar bem estranho. Os filmes do cinema mudo eram extremos, as tramas sempre exageradas e geralmente com momentos trágicos que hoje em dia vão soar quase risíveis. De qualquer maneira é o tipo de película que deve ser conhecida, nem que seja para ver Valentino em cena, afinal de contas ele foi o primeiro grande mito da nascente indústria cinematográfica dos Estados Unidos. E isso há cem anos, imagine você! Seu nome sempre será lembrado na história do cinema.
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de outubro de 2025
Rodolfo Valentino
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
Rodolfo Valentino - Parte II
Biografia
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Nasceu com o nome Rodolfo Alfonso Raffaello Piero Filiberto Guglielmi di Valentina d’Antonguolla em 6 de maio de 1895, em Castellaneta, na região da Apúlia, Itália. (Wikipédia)
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Sua mãe era Francesa (Marie Berthe Gabrielle Barbin) e o pai, Giovanni Antonio Giuseppe Fidele Guglielmi, veterinário, faleceu relativamente cedo, vítima de malária. (Wikipédia)
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Emigrou para os Estados Unidos quando jovem (por volta de 1913). Nos primeiros anos trabalhou em diversos ofícios — jardineiro, lavador de pratos, dançarino de salão, figurante — até conseguir papéis maiores no cinema mudo em Hollywood. (Brasil Escola)
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Seu estilo físico (beleza, porte, olhar marcado) e seu magnetismo pessoal ajudaram muito na construção de sua imagem de galã, “amante latino” no cinema, numa época em que o cinema era mudo, exigindo muito do expressivo visual e corporal. (Educação UOL)
Principais Filmes
Alguns dos filmes mais importantes na carreira de Valentino, que ajudaram a solidificar sua fama:
| Filme | Ano | Importância / Destaques |
|---|---|---|
| The Four Horsemen of the Apocalypse (“Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse”) – 1921 | 1921 | Foi um dos filmes que lhe deram projeção como estrela; uma cena de tango nesse filme ficou bastante famosa. (Brasil Escola) |
| The Sheik (“O Sheik”) | 1921 | Talvez seu papel mais emblemático, reforçou sua imagem de amante romântico – tornou-se parte do estereótipo com o qual Valentino será sempre associado. (Brasil Escola) |
| Blood and Sand (“Sangue e Areia”) | 1922 | Outro grande sucesso, reforçando sua capacidade dramática e seu apelo popular. (Educação UOL) |
| The Eagle (“A Águia”) | 1925 | Valentino produziu este filme, mostra algo do controle que já exercia em sua carreira e sua vontade de papéis com mais substância. (Educação UOL) |
| The Son of the Sheik (“O Filho do Sheik”) | 1926 | Último filme de Valentino; lançado depois de sua morte. Também importante por repetir o sucesso do primeiro Sheik. (Wikipedia) |
A Morte: Detalhes e Repercussão
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Valentino faleceu em 23 de agosto de 1926, em Nova Iorque, com apenas 31 anos. (Brasil Escola)
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Causa: complicações relacionadas a uma úlcera gástrica que teria se perfurado, resultando em peritonite, juntamente com inflamação do apêndice. Houve cirurgia, mas não se recuperou. (Wikipedia)
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Repercussão imediata: sua morte causou grande comoção. Fãs ficaram em estado de choque; houve histeria em massa. Multidões acompanharam o velório, o funeral. Algumas fontes falam de suicídios de admiradores. (Opera Mundi)
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Estima-se que mais de 100 mil pessoas seguiram o caixão pelas ruas durante o funeral. (Opera Mundi)
Legado
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Valentino foi um dos primeiros sex symbols do cinema — talvez o primeiro grande ícone masculino desse tipo no cinema americano e mundial. Sua imagem moldou expectativas de beleza masculina, romantismo e sedução. (Educação UOL)
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Ele ajudou a criar e popularizar o estereótipo do “Latin Lover” em Hollywood — o homem sensual, exótico, misterioso, diferente do típico galã norte-americano. (Educação UOL)
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Também foi importante como modelo de astro cinematográfico cuja fama extrapolava os filmes: moda, admiradores, cultura pop emergente, cobertura da imprensa, fenômenos de fã-clubes. (Wikipédia)
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Seus filmes continuam sendo estudados como marcos do cinema mudo, tanto pela estética quanto pelo modo como construíram uma mitologia em torno da celebridade. (historiasdecinema.com)
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Seu falecimento precoce contribuiu para mitificar sua figura: a morte jovem, inesperada, o faz parte da memória como alguém que morreu no auge, algo que alimenta fascínio e lenda. (Opera Mundi)
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
Rodolfo Valentino - Parte III
Cronologia da Vida e Trajetória
Infância e juventude (1895 – início 1910)
Nasceu em 6 de maio de 1895 em Castellaneta, região da Apúlia, no sul da Itália, com o nome completo Rodolfo Alfonso Raffaello Pierre Filibert Guglielmi di Valentina d’Antonguolla. (Wikipedia)
Seu pai, Giovanni, era veterinário e morreu de malária quando Rodolfo tinha cerca de 11 anos. (Encyclopedia Britannica)
Sua mãe, Marie Berthe Barbin (de origem francesa), exerceu grande influência em sua criação. (Wikipédia)
Na juventude, teve dificuldades escolares; chegou a estudar ciências agrícolas. (Encyclopedia Britannica)
Em 1912, teria passado um período em Paris, mas voltou à Itália e, em 1913, emigrou para os Estados Unidos, instalando-se em Nova York. (Encyclopedia Britannica)
Primeiros anos nos EUA (1913 – ~1917)
Chegou a trabalhar como jardineiro e como lavador de pratos para sobreviver nos Estados Unidos. (Encyclopedia Britannica)
Também trabalhou como taxi dancer — isto é, dançarino de salão contratado para dançar com mulheres nos clubes por uma quantia paga por minuto ou por dança. (Encyclopedia Britannica)
Envolveu-se num episódio polêmico: testemunhou em um processo de divórcio de Blanca de Saulles contra seu marido John de Saulles, acusando-o de adultério, o que gerou reações adversas posteriores. (Encyclopedia Britannica)
Por causa desse episódio (e sua repercussão), ele se viu em apuros com autoridades, inclusive preso sob acusações ligadas a “vice” (imorais, culpabilidade social), embora as acusações tenham sido retiradas posteriormente. (Encyclopedia Britannica)
Em 1917, buscando recomeçar, ele se mudou para a Califórnia (Hollywood) para tentar a carreira cinematográfica. (Encyclopedia Britannica)
Ascensão no cinema mudo (1918 – início dos anos 1920)
Em Hollywood, usou o nome artístico Rudolph Valentino (uma versão “americanizada” de seu nome). (Wikipedia)
Inicialmente participou de papéis secundários, vilões, cenas menores — ainda não era estrela. (Encyclopedia Britannica)
Uma pessoa-chave em sua trajetória foi June Mathis, roteirista e figura influente em Hollywood. Ela apostou em Valentino para The Four Horsemen of the Apocalypse (1921), para o papel de Julio, um dos papéis decisivos que lançaram sua fama. (Encyclopedia Britannica)
Em The Four Horsemen of the Apocalypse, há uma famosa cena de tango que acentuou seu apelo romântico e exótico para o público. (Encyclopedia Britannica)
Ainda em 1921, estreou outro grande sucesso: The Sheik, em que interpreta um sheik árabe apaixonado por uma mulher ocidental — um papel que logo se associou à sua identidade artística. (Encyclopedia Britannica)
Em meados dos anos 1920, Valentino já era visto como um astro, ídolo entre o público feminino e alvo de críticas e polêmicas devido à sua imagem e estilo que fugia ao padrão rígido de masculinidade da época. (Encyclopedia Britannica)
Vida pessoal, casamentos e escândalos
Em 1919, casou-se com a atriz Jean Acker. Esse casamento teve contornos dramáticos: na noite de núpcias, Acker trancou-se no quarto, impedindo Valentino de entrar. O casamento nunca foi consumado de fato. (Wikipédia)
O casamento com Acker foi ultrapassado no papel legalmente só em 1921, quando finalmente se divorciaram. (Encyclopedia Britannica)
Posteriormente conheceu Natacha Rambova (nome de nascimento Winifred Shaughnessy), que trabalhava como figurinista e tinha ligações com o meio artístico de Hollywood. (Wikipédia)
Em 13 de maio de 1922, Valentino e Natacha se casaram no México — mas esse casamento teve controvérsias de bigamia porque seu divórcio de Jean Acker não havia sido oficialmente finalizado conforme exigências legais. (Wikipédia)
Devido às pressões legais, o casamento foi anulado, mas eles se casaram novamente em 1923. (Encyclopedia Britannica)
A relação entre Valentino e Rambova foi turbulenta. Ela era ambiciosa, controladora em termos de imagem, interferia em decisões artísticas e era bastante influente. Com o tempo, surgiram conflitos entre eles, inclusive com estúdios que não a permitiam participar das filmagens. (Encyclopedia Britannica)
O casamento com Rambova terminou em divórcio por volta de 1925. (Wikipédia)
Nos anos finais de sua vida, Valentino manteve relacionamentos com várias celebridades da época, como Pola Negri e outros nomes do meio artístico. (Encyclopedia Britannica)
Filmes e trajetória artística
Valentino fez muitos filmes durante sua carreira curta. Sua filmografia oficial reúne dezenas de títulos, dos quais alguns se tornaram clássicos do cinema mudo. (Wikipedia)
Destacam-se: The Four Horsemen of the Apocalypse (1921), The Sheik (1921), Blood and Sand (1922), The Eagle (1925), The Son of the Sheik (1926). (Wikipedia)
Alguns dos filmes menos lembrados, mas que fazem parte de sua produção: Monsieur Beaucaire (1924), A Sainted Devil, The Young Rajah, entre outros. (Encyclopedia Britannica)
Em The Son of the Sheik (lançado em 1926), Valentino reprisa o papel ligado ao universo do “Sheik” — esse foi seu último filme, lançado após sua morte. (Encyclopedia Britannica)
Doença, morte e despedida (1926)
Na segunda quinzena de agosto de 1926, Valentino adoeceu gravemente. Ele sofreu uma perfuração de úlcera estomacal, que evoluiu para peritonite. (IMDb)
Foi submetido a cirurgia, mas a infecção se alastrou. Ele faleceu em 23 de agosto de 1926, em Nova Iorque, aos 31 anos. (Encyclopedia Britannica)
Um dos registros diz que ele desmaiou no hotel em que estava, no dia 15 de agosto, já com dores intensas. (IMDb)
Sua morte causou comoção generalizada. Centenas de milhares de fãs foram às ruas para acompanhar o funeral, houve relatos de mulheres desmaiando, suicídios tentados, reações emotivas extremas. (Encyclopedia Britannica)
No funeral, estima-se que cerca de 80 mil pessoas acompanharam o cortejo em Nova Iorque. (IMDb)
O corpo foi levado em trem funerário até Los Angeles, e houve uma nova celebração de despedida lá. (IMDb)
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Filmografia de Charles Chaplin - Parte 1
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
O Homem que Sabia Demais
A história é até interessante, quando um casal de turistas no Marrocos (Norte da África) se envolve em uma trama de intriga internacional que nem eles sabem direito como surgiu ou quem estaria por trás de tudo. James Stewart segura bem as pontas. Ele foi um ator recorrente em clássicos do diretor, em especial "Um Corpo que Cai" e "Janela Indiscreta", mas aqui, em um roteiro mais convencional e dentro dos padrões moralistas da época, não se destaca tanto. No final das contas as lembranças que ficam desse filme é exatamente da cantoria de Doris Day. O que para um filme que deveria ser de suspense, não é lá grande coisa. Tudo muito pueril para um filme que deveria causar medo e apreensão no espectador.
O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, Estados Unidos, 1954) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: John Michael Hayes / Elenco: James Stewart, Doris Day, Brenda de Banzie / Sinopse: Casal de turistas dos Estados Unidos é atacado em suas férias no Marrocos. E sem nem entender direito as razões, se envolve em uma intriga internacional envolvendo países inimigos, em plena guerra fria.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
O Invencível
Para muitos especialistas na biografia de Kirk Douglas esse foi um dos filmes definitivos de sua carreira, pois o alçou para o estrelado. Não é para menos pois Kirk está completamente à vontade no papel do inescrupuloso Midge, uma pessoa que fica embriagada com seu próprio êxito nos ringues. O filme tem um clima noir dos mais marcantes, com belo uso da fotografia preto e branco, obviamente inspirado no cinema alemão da época. As cenas de lutas são extremamente bem editadas, o que valeu o Oscar de melhor montagem para o filme naquele ano. Até porque uma luta de boxe no cinema exigia emoção e nada melhor do que uma boa edição para realçar ainda mais esse aspecto.
A atriz Marilyn Maxwell (grande amiga pessoal de outro astro da época, Rock Hudson) está perfeita no papel de Grace. Curiosamente o filme teria problemas anos depois no auge da chamada "Caça às Bruxas" pois o roteiro foi considerado o símbolo perfeito do sentimento subversivo que havia sido acusado o cinema americano daqueles anos. O roteirista Carl Foreman acabou sendo acusado de ser comunista e entrou para a lista negra. Bobagem paranoica, tipicamente da mentalidade débil mental do Macarthismo. Deixe tudo isso de lado, "O Invencível" é um perfeito retrato das mudanças de um homem que não conseguiu mais separar seu sucesso profissional de sua vida pessoal. Não se trata de uma ode à ideologia socialista. Assim fica a recomendação para os fãs do cinema noir da década de 1940, pois "Champion" é sem dúvida uma grande obra cinematográfica daquele período histórico do cinema americano.
O Invencível (Champion, Estados Unidos, 1949) Direção: Mark Robson / Roteiro: Carl Foreman, Ring Lardner / Elenco: Kirk Douglas, Marilyn Maxwell, Arthur Kennedy / Sinopse: Boxeador (Douglas) começa a colecionar vitórias nos ringues ao mesmo tempo em que começa a esquecer todos aqueles que o ajudaram a subir na carreira. O destino porém lhe reservará uma grande lição de vida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor edição (Harry Gerstad). Também indicado nas categorias de melhor ator (Kirk Douglas), melhor ator coadjuvante (Arthur Kennedy), melhor roteiro (Carl Foreman), melhor direção de fotografia em preto e branco (Franz Planer) e melhor música (Dimitri Tiomkin). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor direção de fotografia em preto e branco (Franz Planer).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
As Cartas de Grace Kelly - Parte 2
Grace Kelly nasceu em uma família tradicional da Pennsylvania. Seus antepassados eram alemães que foram para os Estados Unidos em busca de oportunidades e se deram muito bem, se tornando profissionais bem sucedidos. A mãe de Grace era uma mulher muito elegante, fina e sofisticada que falava várias línguas. Ela era disciplinada, estudiosa, desportista e se formou em uma prestigiada universidade. Algum tempo depois se tornou professora nessa mesma instituição. O pai de Grace também era um homem bem sucedido no ramo de negócios. Toda a sua família era extremamente bem estruturada.
Grace era a filha do meio. Ela tinha duas irmãs mais velhas e um irmão mais jovem, o caçula. Por ser a irmã do meio ela não sofreu todas as pressões que as garotas mais velhas sofreram, mas tampouco foi tão mimada quanto o caçula da família. A mãe de Grace desejava que ela fosse para uma prestigiada universidade para estudar medicina. Para isso a matriculou em uma excelente escola católica dirigida por freiras onde apenas moças da alta sociedade estudavam. O ensino era realmente maravilhoso e assim Grace Kelly teve uma educação primorosa.
A mãe de Grace queria que sua família tivesse uma educação prussiana, tal como ela havia sido criada em sua infância e juventude. Isso significa disciplina, boa educação e bons modos. A família Kelly assim era uma das mais requintadas da Philadelphia, muito bem conceituada dentro daquela sociedade. Todos as irmãs de Grace se tornaram pessoas influentes, bem sucedidas. O futuro parecia traçado por sua mãe, mas ela esqueceu de perguntar para Grace o que a filha queria fazer de sua vida. E Grace queria ser atriz, desde sua adolescência. Ela não queria ser uma médica, para passar o resto de sua vida em um hospital. Ela nem gostava de ambientes hospitalares!
O curioso é que havia artistas na tradicionalíssima família Kelly. A tia de Grace tinha tentando se tornar atriz em sua juventude. Ela até começou a dar certo em sua carreira, mas a pressão familiar falou mais alto e ela acabou largando seus sonhos. Largou a profissão de atriz, que era mal vista dentro do clã, e se casou com um rico homem de negócios. Acabou a vida frustrada, afundando as mágoas na bebida. Sobre ela Grace relembraria: "Pobre titia... Tão talentosa, mas havia nascido na época errada! Havia tanto preconceito contra artistas naqueles tempos!". A maior influência na vida de Grace porém vinha de um tio chamado Georgie. Ele não apenas sonhou em ser ator como se tornou um ótimo profissional de teatro e cinema, mesmo com todas as críticas e as constantes desaprovações dos demais familiares. Era considerado a ovelha negra da família Kelly, um sujeito com fama de ser uma pessoa exótica, sonhadora... Praticamente tudo o que Grace sonhava secretamente se tornar no futuro.
Pablo Aluísio.









