domingo, 23 de novembro de 2025

Filmografia Montgomery Clift


Filmografia Montgomery Clift
Perdidos na Tormenta (1948)
Rio Vermelho (1948)
Tarde Demais (1949)
Ilusão Perdida (1950)
Um Lugar ao Sol (1951)
A Tortura do Silêncio (1953)
Quando a Mulher Erra (1953)
A Um Passo da Eternidade (1953)
A Árvore da Vida (1957)
Os Deuses Vencidos (1958)
Por um Pouco de Amor (1958)
De Repente, no Último Verão (1959)
Rio Violento (1960)
Os Desajustados (1961)
Julgamento em Nuremberg (1961)
Freud - Além da Alma (1962)
Talvez Seja Melhor Assim (1966)

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Nem o Céu Perdoa

Título no Brasil: Nem o Céu Perdoa
Título Original: One Way Street 
Ano de Lançamento: 1950 
País: Estados Unidos 
Estúdio: Universal-International Pictures 
Direção: Hugo Fregonese 
Roteiro: Lawrence Kimble 
Elenco: James Mason, Märta Torén, Rock Hudson, Dan Duryea, Basil Ruysdael, William Conrad, Rodolfo Acosta 

Sinopse:
Dr. Frank Matson (James Mason), um médico associado à máfia, rouba US$ 200.000 de um gângster e foge com a namorada dele, Laura Thorsen (Märta Torén). Eles se refugiam no México após um pouso de emergência de avião, onde Matson passa a usar suas habilidades médicas para ajudar a população local. Entretanto, o passado e os criminosos que deixaram para trás não desistem de persegui-los, forçando um confronto dramático em Los Angeles.

Comentários:
Mais um filme noir dos bons tempos, quando Hollywood sabia fazia grandes filmes nesse estilo. Parcialmente rodado no México, em regiões remotas, pobres e rurais, o filme se destacava por ser um pouco diferente dos demais que seguiam a linha noir mais de perto justamente por causa desses momentos "ensolarados". James Mason está ótimo em seu papel, mas no meu caso particular fiquei mais curioso em ver um jovem Rock Hudson ainda em um dos seus primeiros filmes no cinema. Ele interpreta um motorista de caminhão durão. Com físico de Tarzan, já fazia as mulheres suspirarem quando aparecia em cena, principalmente nesse personagem bem másculo e musculoso! Enfim, símbolos sexuais dos anos 50 à parte, considero esse um filme bem interessante. É um noir, acima de tudo, mas muda radicalmente quando o sol mexicano aparece para queimar todos aqueles personagens que viviam nas sombras! 

Pablo Aluísio. 

Filmografia Rock Hudson


Filmografia Rock Hudson
Sangue, Suor e Lágrimas (1948)
Sangue Acusador (1949)
Nem o Céu Perdoa (1950)
Larápios (1950)
Winchesters 73 (1950)
Peggy (1950)
O Gavião do Deserto (1950)
Extorsão (1950)
Coração Selvagem (1951)
Air Cadet (1951)
Só Resta a Lembrança (1951)
The Fat Man (1951)
O Demolidor (1951)
A Família do Barulho (1952)
E o Sangue Semeou a Terra (1952)
Sinfonia Prateada (1952)
Anjo Escarlate (1952)
Império do Pavor (1952)
Bando de Renegados (1952)
Seminole (1952)
Gigantes em Fúria (1953)
A Espada de Damasco (1953)
Irmãos Inimigos (1953)
Choque de Paixões (1953)
Rochedos da Morte (1953)
Herança Sagrada (1954)
Sublime Obsessão (1954)
Rifles Para Bengala (1954)
Sangue Rebelde (1955)
Seu Ùnico Desejo (1955)
Tudo que o Céu Permite (1955)
Nunca Deixei de te Amar (1955)
Palavras ao Vento (1956)
Assim Caminha a Humanidade (1956)
Hino de uma Consciência (1957)
Sangue Sobre a Terra (1957)
Almas Maculada (1957)
Adeus às Armas (1957)
Turbilhão de Paixões (1958)
O Vale das Paixões (1959)
Confidências à Meia-Noite (1959)

Obs: A Lista continua. Em breve novos títulos serão adicionados. Os títulos em negrito já tiveram review publicados em nosso blog. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Hollywood Boulevard - Marilyn Monroe - Texto II

Uma das mais curiosas passagens da história de Marilyn Monroe envolveu a atriz e o nobre Rainier III, Príncipe de Mônaco. Na virada dos anos 1950 para 1960 o novo monarca de Mônaco estava preocupado. Se antes seu pequeno principado era muito badalado e cheio de celebridades, agora as coisas não andavam tão bem. Os cassinos e hotéis de sua cidade  estavam operando com baixa frequência. Rainier então entendeu que precisava colocar Mônaco novamente no mapa, transformar o lugar mais uma vez em um point dos ricos e famosos. Para isso precisava de publicidade, envolvendo Mônaco em um evento de enorme repercussão nos meios de comunicação. A solução então seria se casar com alguma estrela de cinema, de preferência famosa a glamourosa. Seus assessores pensaram inicialmente em Elizabeth Taylor, mas Rainier descartou por causa da instabilidade emocional da jovem atriz, afinal ela vivia se casando, se divorciando, para se casar novamente poucos meses depois. Tudo bem que era um casamento promocional acima de tudo, mas Rainier também almejava algo duradouro, que lhe trouxesse filhos e filhas para herdarem o seu trono.

Depois que Liz foi deixada de lado ele lembrou da atriz mais famosa da época, Marilyn Monroe! Estaria a loira disponível? Ela já havia se separado de Joe DiMaggio e se encontrava solteira, livre, leve e solta. De vez em quando saia em alguma revista notícias de seus namoricos, mas nada sério. Sem pensar duas vezes Rainier providenciou que dois de seus mais próximos assistentes voassem rumo a Nova Iorque para se encontrar com Marilyn Monroe pessoalmente. A missão era encontrar Marilyn e lhe fazer um gentil convite para que fosse até Mônaco, pois o príncipe era grande admirador seu. Quem sabe, eles poderiam sugerir sutilmente, que algo a mais poderia surgir desse encontro! Eles porém logo descobriram que isso não seria nada fácil. Era mais fácil encontrar o presidente dos Estados Unidos do que a famosa estrela de cinema. Marilyn, que era complicada até mesmo de ser encontrada nos sets de filmagens de seus próprios filmes, simplesmente desaparecia sem deixar rastros. Poucos conseguiam ver ou falar com ela. De uma forma ou outra, os enviados de Rainier conseguiram com muito esforço encontrar com a assistente pessoal da atriz nos corredores da Fox e com muita diplomacia e cautela explicaram o que desejavam. Será que Marilyn não estaria disposta a um encontro com o príncipe de Mônaco?

O curioso é que Marilyn sequer conhecia Mônaco, imagine Rainier. No dia seguinte ao acordar e se dirigir ao seu café da manhã - lá pelas três da tarde, como quase sempre fazia - Monroe foi informada do estranho convite! "Ele quer me conhecer? Para quê?" - indagou a loira com seus profundos olhos azuis e seu conhecido modo de agir de garotinha assustada! A assistente de Marilyn tentou explicar: "Pelo que eu entendi o príncipe deseja ter filhos com uma grande estrela americana" - Marilyn arregalou seus olhos com aquela revelação! Sim, era surreal. Marilyn não se conteve e logo caiu na gargalhada, rindo ainda mais depois quando viu a foto do pobre Rainier que poderia ser um príncipe, milionário até dizer chega, mas que não era nada rico em termos de beleza. Marilyn logo começou a brincar com sua aparência, suas orelhas de abano e cara de ratinho de milharal do meio oeste.

Não havia a menor possibilidade dela sequer encontrar com aquele nobre europeu algum dia. Ela não tinha interesse nenhum nisso. Tampouco queria se envolver em um romance arranjado, em um estranho encontro às escuras do outro lado do Atlântico. Aquilo tudo parecia muito bizarro para Marilyn. Não, de jeito nenhum ela iria conhecer o tal príncipe. O convite assim foi recusado e a história esquecida, a não ser como piada de salão, para Marilyn se divertir um pouco com aquele esquisito príncipe de Mônaco. Agora imagine sua enorme surpresa depois de alguns meses quando descobriu que uma outra estrela como ela aceitara o convite! Sim, Grace Kelly estava muito interessada em reinar em Mônaco. Não pensou muito e se comprometeu com o pouco atraente Rainier. Marilyn ficou muito surpresa com o fato, mas teve o gesto espirituoso de ligar para a colega parabenizando pelo casamento. Rindo, comentou: "Que bom que você encontrou um jeito de sair desse negócio de Hollywood!".

Pablo Aluísio.

Os Prados Verdes

Os Prados Verdes
Um filme do comecinho da carreira de Marilyn Monroe. Não vai ser fácil localizar a atriz em cena. Naquela época ela era apenas um rostinho bonito que a Fox usava como extra. E ela aparece, muito timidamente, na cena da dança. Apenas uma garota qualquer fazendo figuração nesse western com ecos de drama e romance. Não seria dessa vez que ela teria alguma chance, ainda mais sabendo que a loira estrela do filme era outra, a chatinha Peggy Cummins que usava até o mesmo cabelo de Marilyn, mas que em termos de beleza sequer poderia se comparar a ela. 

A história desse antigo faroeste girava em torno de um grupo de rancheiros e fazendeiros que tinham que lidar com roubos de cavalos e crias que acabavam também fugindo para o campo aberto onde vivia, de forma selvagem, um belo garanhão branco. Um animal realmente maravilhoso que ninguém conseguia capturar. Então é isso. Um bom filme, mas para quem estiver em busca de Marilyn Monroe não a encontrará tão facilmente no meio de um monte de gente dançando. 

Os Prados Verdes (Green Grass of Wyoming, Estados Unidos, 1949) Direção: Louis King / Roteiro: Martin Berkeley, Mary O'Hara / Elenco: Peggy Cummins, Charles Coburn, Robert Arthur, Marilyn Monroe (figurante) / Sinopse: Grupo de rancheios, criadores de cavalos, precisam lidar com os desafios do velho oeste. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 9 de novembro de 2025

Filmografia Marilyn Monroe


Filmografia Marilyn Monroe:
Sua Alteza, a Secretária
Idade Perigosa
Nasceste para Mim
Torrentes de Ódio
Os Prados Verdes
Mentira Salvadora
Loucos de Amor
O que Pode um Beijo
O Segredo das Joias
Por um Amor
O Faísca
A Malvada
Em cada Lar, um Romance
Sempre Jovem
O Segredo das Viúvas
Joguei Minha Mulher
Só a Mulher Peca
Travessuras de Casados
Almas Desesperadas
Páginas da Vida
O Inventor da Mocidade
Torrentes de Paixão
Os Homens Preferem as Loiras
Como Agarrar um Milionário
O Rio das Almas Perdidas
O Mundo da Fantasia
O Pecado Mora ao Lado
Nunca Fui Santa
O Príncipe Encantado
Quanto Mais Quente Melhor
Adorável Pecadora
Os Desajustados
 
Obs: Em negrito filmes cujos reviews já foram publicados em nosso blog "Cinema Clássico".

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

O Selvagem

O Selvagem
Se James Dean representava o jovem encucado e confuso em seus filmes, Marlon Brando em "O Selvagem" representou o outro lado da moeda, a do jovem que não se intimidava e junto aos amigos formava uma gangue de motocicletas para aterrorizar as pequenas cidades do meio oeste americano. O personagem dele nesse filme acabou gerando uma repercussão tão grande entre os jovens que espantou não só Brando como os próprios produtores do filme. Embora esse tipo de grupo fosse bastante comum em poucos lugares da Califórnia, após o filme ser exibido as gangues proliferaram por todo o país em um ritmo assombroso. A influência chegou até no Brasil quando também foram formados grupos como o do filme. De repente andar de moto em couro preto virou moda da noite para o dia. Algumas alterações de última hora acabaram irritando o ator, inclusive a inserção de um tedioso aviso advertindo aos jovens dos perigos de se envolver com tais grupos. 

Na realidade os produtores sofreram pressão por grupos conservadores e no meio do clima paranóico que existia na década de 1950 resolveram colocar a advertência fora de propósito. Marlon achou aquilo de uma caretice sem tamanho. Ele adorava motos e desde seus primeiros dias em Nova Iorque adotou o veículo como o seu preferido, conhecia vários motoqueiros e achava o cúmulo da moralidade e estupidez associar motos imediatamente à deliquência juvenil. Isso não adiantou muito. Assim que o filme foi lançado Brando logo foi acusado de incentivador da delinquência juvenil, de servir de mal exemplo para os jovens americanos. Em sua autobiografia o ator dedicou alguns capítulos ao filme. Na realidade ele nem mesmo achou o filme grande coisa, o considerou curto demais, violento e sem muito propósito, mas se confessava totalmente surpreso com toda a repercussão que "O Selvagem" alcançou dentro da cultura pop nos anos seguintes. 

O fato é que sua imagem de "motoqueiro de jaqueta negra" invadiu o inconsciente coletivo e ainda hoje é marca registrada de qualquer jovem "rebelde" que se preze. Até mesmo o jovem aspirante a ator, James Dean, apareceu na frente de Brando completamente vestido de seu personagem nesse filme. Marlon obviamente ficou espantado pois compreendeu que Dean realmente associava o personagem do motoqueiro com o próprio estilo de vida dele, o que era uma grande bobagem pois Marlon nunca fez parte de gangue nenhuma durante toda a sua vida. Dean queria encontrar uma forma de identificação com seu maior ídolo e por isso se vestiu de Johnny, o motoqueiro, ao se encontrar com Marlon. Brando não gostou muito e o dispensou discretamente. Ao longo dos anos Brando se veria perseguido por essa imagem, jamais conseguindo se livrar dela. Ele deveria ter entendido que algumas imagens ganham vida própria e sobrevivem a tudo, até mesmo ao tempo. Brando em sua moto aterrorizando uma cidadezinha qualquer perdida dos EUA é uma dessas imagens que ficaram cravadas para sempre na mente dos cinéfilos. "O Selvagem" é realmente um filme apenas mediano mas como produto pop jamais poderá ser subestimado. É um marco absoluto dos chamados "anos dourados". Simplesmente definitivo.

O Selvagem (The Wild One, Estados Unidos, 1953) Direção. Laslo Benedek / Roteiro: John Paxton, Frank Rooney / Elenco: Marlon Brando, Mary Murphy, Robert Keith / Sinopse: Johnny (Marlon Brando) chega numa pacata cidadezinha com sua gangue de motoqueiros de couro preto. Na localidade conhece a linda Kathie (Mary Murphy) com quem simpatiza ao mesmo tempo em que tem que lidar com um grupo rival de rebeldes motorizados.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Hollywood Boulevard - Marlon Brando - Parte 2

Em 1953 Marlon Brando entrou no set de seu novo filme, "The Wild One" que no Brasil seria intitulado "O Selvagem". Brando, já naquela altura considerado o maior rebelde de Hollywood, iria interpretar o papel de um jovem motoqueiro chamado Johnny Strabler. A direção seria do cineasta húngaro Laslo Benedek que havia dirigido a adaptação para o cinema do clássico da literatura "A Morte do Caixeiro Viajante" dois anos antes. Inicialmente Brando não viu grande coisa no roteiro. Para ele seria um filme apenas para cumprir contrato com o produtor Stanley Kramer. Como era um filme pequeno, de curta duração e com enredo simples, não haveria muito trabalho à vista.

Nada que poderia se comparar com os filmes anteriores do ator, verdadeiras obras primas como "Espíritos Indômitos", "Uma Rua Chamada Pecado", "Viva Zapata!" e principalmente "Júlio César" que havia exigido muito dele em termos de atuação. Afinal de contas Brando havia suado a camisa para se sair bem em seus primeiros filmes, em especial o último, uma complicada adaptação para o cinema da famosa peça escrita por William Shakespeare, sob direção do austero Joseph L. Mankiewicz. Assim interpretar Johnny era quase como um passeio no parque. Além do mais Brando adorava motos e o universo que as cercava, então foi mesmo a união de algo que gostava de fazer em sua vida pessoal com a possibilidade de dar um tempo nos filmes mais sérios e desafiadores.

Para sua surpresa porém o filme virou um dos maiores cult movies da história. Inicialmente Brando não gostou da película. Como ele próprio recordou em suas memórias a primeira vez que assistiu a "O Selvagem", logo após sua estreia nos cinemas, não gostou mesmo do que viu. Achou o filme violento e sem conteúdo. Curiosamente a fita acabou virando o estopim de uma série de revoluções comportamentais ocorridas na juventude americana nos anos 1950, desembocando na revolução cultural que iria estourar nos anos 1960. Para Brando foi tudo uma grande surpresa. Ele não tinha consciência na época que havia todo um sentimento reprimido por parte dos jovens e que seu filme seria usado para aprofundar todos esses anseios. Johnny, na visão de Brando, era apenas mais um personagem a interpretar. A juventude da época porém viu de outro modo. Aquele motoqueiro, vestido de couro preto da cabeça aos pés, era a personificação da liberdade. O roteiro dava a ele uma conotação ruim, algo que não poderia ser usado como modelo, mas como um aviso contra a delinquência juvenil. Para reforçar isso o estúdio colocou um texto avisando sobre os males de se seguir o exemplo dos personagens. Brando percebeu que o tiro sairia pela culatra. A juventude em geral ignorou a mensagem moralista quadrada e obsoleta e abraçou o personagem como um ícone, um mito, um exemplo a seguir. Para Brando não poderia ser melhor e ele foi elevado à altura de símbolo máximo entre os jovens da época.

Realmente, do ponto de vista puramente cinematográfico "O Selvagem" não pode ser comparado aos demais clássicos que Brando rodou por essa época em sua carreira. Já do ponto de vista meramente cultural e sociológico é de fato um dos mais marcantes momentos de sua carreira no cinema. Isso porque o filme não pode ser visto apenas sob a ótica do que se vê na tela, e sim muito mais além disso, pois teve enorme influência dentro da sociedade, principalmente entre os jovens, que viram ali um modelo de liberdade incrível. Numa época em que havia grande repressão e os controles morais eram extremos, ver Johnny atravessando a América de moto, sem dar satisfações a ninguém, e vivendo com um grupo de rebeldes como ele, era de fato um impacto para o jovem americano típico dos anos 1950. Depois que Brando surgiu com aquela imagem ícone, nasceu toda uma cultura jovem no país, até porque a juventude de um modo em geral era completamente ignorada dentro da sociedade até então, sendo considerada apenas uma transição entre a infância e a vida adulta. Depois de Brando vieram James Dean - o maior símbolo de juventude que o cinema jamais produziu - o Rock ´n´ Roll, Elvis Presley e toda a iconografia da cultura jovem que conhecemos hoje em dia.

Para Brando o filme passou logo, mas os efeitos dele se tornaram duradouros. Assim que terminou as filmagens da fita ele foi procurado novamente por Elia Kazan. Ele o convidou para participar do filme "On the Waterfront" (no Brasil, "Sindicato de Ladrões"). Assim que leu o roteiro Brando entendeu do que se tratava. Era uma grande metáfora em forma de película, que justificava de certa forma o comportamento do próprio Kazan durante o Macartismo, onde ele havia dedurado vários colegas de profissão. Depois disso a biografia do cineasta havia sido manchada para sempre. Ele tencionava com o filme resgatar parte de seu prestígio dentro da comunidade cinematográfica, ao mesmo tempo em que justificava seu ato e pedia desculpas pelo que fez. No começo Brando relutou em fazer o filme. Desde sempre ele se considerava um liberal e o que Kazan havia feito era realmente algo desprezível. A vontade porém de realizar mais uma obra prima foi maior do que seus escrúpulos pessoais. Assim, ainda vestido de Johnny, ele se encontrou nos corredores da MGM e assinou o contrato com Kazan. Mal sabia que estaria prestes a realizar um dos maiores filmes de toda a sua carreira.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de novembro de 2025

Filmografia Marlon Brando


Filmografia Marlon Brando

Década de 1950:
Espíritos Indômitos (1950)
Uma Rua Chamada Pecada (1951)
Viva Zapata! (1952)
Júlio César (1953)
O Selvagem (1953)
Sindicato de Ladrões (1954)
Désirée, O Amor de Napoleão (1954)
Eles e Elas (1955)
Casa de Chá do Luar de Agosto (1956)
Sayonara (1957)
Os Deuses Vencidos (1958)

Obs: Em negrito filmes cujos reviews já foram publicados em nosso blog "Cinema Clássico".

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Moscou Contra 007

Moscou Contra 007
Provavelmente seja o melhor filme de James Bond com Sean Connery. Tudo parece se encaixar muito bem em uma trama excelente em ótima adaptação do texto de Ian Fleming. Na estória Bond acaba ficando na incomoda posição de marionete da organização Spectre. Acontece que o grupo criminoso internacional deseja colocar as mãos em uma máquina decifradora de códigos secretos (algo considerado vital no mundo da espionagem durante a guerra fria).

Fazendo-se passar por uma autoridade do serviço secreto russo uma agente da Spectre convence uma espiã russa a roubar o objeto do consulado soviético em Istambul. Ao mesmo tempo engana o serviço secreto inglês que manda Bond numa missão especial na milenar cidade para também colocar as mãos na decodificadora. A agente soviética se faz passar por traidora e promete entregar a cobiçada máquina nas mãos do agente inglês. Só que no final quem planeja mesmo tomar posse dela é a própria Spectre que deseja ainda em uma só tacada eliminar o famoso agente britânico como ato de vingança pela morte do Dr. No. Por essa razão também é recomendável que o espectador assista ao filme anterior, para que todas as peças fiquem bem encaixadas.

Para os fãs de James Bond o filme é um prato cheio. Tem bom roteiro, excelente cenas de ação e uma bondgirl belíssima – a atriz Daniela Bianchi interpretando a agente russa Tatiana Romanova. Sean Connery também está empenhado em trabalhar bem seu papel, sempre concentrado e envolvido, algo que se perderia no passar dos anos pois Connery logo deixaria de ter o interesse em interpretar 007, indo atrás de outros desafios em sua carreira. Durante o filme o espectador ainda é presenteado com ótimas cenas filmadas dentro da famosa Basílica de Santa Sofia em Istambul, monumento erguido pelo imperador romano Justiniano em honra à glória do império Bizantino.

Há ainda belas cenas rodadas em Veneza e no leste europeu. Na trama o escritor Ian Fleming presta também uma singela e pequena homenagem à autora Agatha Christie ao ter parte da trama passada dentro do famoso Expresso do Oriente. Em suma, belo filme da franquia do mais famoso agente inglês do cinema. Um exemplo perfeito de tudo o que não pode faltar em uma película com 007: ação, espionagem, lindas mulheres e cenários de cartão postal. “Moscou contra 007” é de fato um James Bond com pedigree.

Moscou Contra 007 (From Russia with Love, Inglaterra, 1963) Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood, baseados no livro de Ian Fleming / Elenco: Sean Connery, Daniela Bianchi, Lotte Lenya / Sinopse: O espião inglês James Bond (Sean Connery) se vê envolvido numa complicada rede de espionagem envolvendo agentes russos e a Spectre, onde o objetivo final é colocar as mãos em uma cobiçada máquina de decodificação de códigos do serviço secreto soviético.

Pablo Aluísio.